Macário é um jovem de 20 anos, que se vê saciado pela vida, num mundo aonde nada tem muito sentido além de sua boemia:
"Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhas, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono."
Macário é belo e várias vezes Diabo (com quem contra cena) fala de sua beleza, mas sempre de maneira mórbida, destacando a pouca coloração de sua pele, sua boca, seu ceticismo entre outras características.
Apesar de seu ceticismo Macário não é feliz e se acha condenado a uma vida vazia:
"Talvez seja a treva de meu corpo que escureça minha alma. Talvez um anjo mau soprasse no meu espírito as cinzas sufocadoras da dúvida. Não sei. Se existe Deus, ele me perdoará se a minha alma era fraca, se na minha noite lutei embalde com o anjo como Jacó, e sucumbi. - Quem sabe? - eis tudo o que há no meu entendimento. ÀS vezes creio, espero: ajoelho-me banhado de pranto, e oro; - outras vezes não creio, e sinto o mundo objetivo vazio como um túmulo."